O termo Novo Mundo é um termo recente no mercado. Nosso continente não tinha sido nem ao menos descoberto quando europeus já cultivavam vinhas e comercializavam vinhos, entretanto nosso approach ao mercado é similar – em alguns casos, idêntico – ao usado por esses países, nos quais o vinho está enraizado na cultura dos consumidores. O resultado disso é um produto europeizado, sem identidade, soando como mais do mesmo e o pior: não fazemos uso de todas as possibilidades e oportunidades que pertencer ao Novo Mundo nos traria.
Os “sacerdotes do vinho” se sentem bem ao manter seus rituais em torno de uma garrafa, elitizando a bebida e mantendo para si os privilégios de serem reconhecidamente “especialistas” no assunto, e enquanto medalhas e rótulos são distribuídos por estes, a nossa singularidade gustativa é ignorada, e o fato de eu não gostar de algum vinho indicado pelo “sacerdote” é tido como incabível. Isso afasta o consumidor, pois o expõe ao ridículo caso ele pegue a taça com mais de dois dedos ou não beba o vinho do momento. Nem todos foram educados à francesa. Por melhor que seja o seu produto, a intimidação que vem sendo criada pelos “especialistas” certamente não está ajudando a aumentar as vendas dele.
Não custa lembrar que: rituais e discursos puritanos a parte, uma vinícola é uma empresa, e uma empresa visa o lucro.
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